@MASTERSTHESIS{ 2022:923537438, title = {A Lei de Cotas na UNIFAL-MG : alcance no ingresso e implicações para a integração social e acadêmica de estudantes das Ciências Exatas}, year = {2022}, url = "https://bdtd.unifal-mg.edu.br:8443/handle/tede/1997", abstract = "Este trabalho busca ampliar as discussões relacionadas às ações afirmativas no Ensino Superior no âmbito da Educação Matemática. Seus objetivos foram compreender o alcance da Lei de Cotas no ingresso de estudantes na Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG) entre os anos de 2014 e 2019; e compreender o modo como ocorre a integração social e acadêmica de estudantes público-alvo da Lei de Cotas da área de Ciências Exatas nesta instituição. A pesquisa foi realizada em duas etapas. Na primeira, utilizamos microdados fornecidos pela UNIFAL-MG relacionados a informações sobre estudantes de 28 cursos presenciais de graduação, ingressantes pelo SISU/ENEM entre 2014 e 2019. Foram analisados a taxa de ocupação das vagas com base na Lei de Cotas; o perfil racial dos ingressantes, com base na autodeclaração racial; e simulações sobre a porcentagem de estudantes que não teriam ingressado na UNIFAL-MG sem a Lei de Cotas. Na segunda etapa, utilizamos as respostas obtidas pela aplicação do instrumento Escala de Experiências Acadêmicas, Sociais e de Sobrevivência em cursos de Exatas (EASS-Exatas) em 17 desses cursos da UNIFAL-MG. Este instrumento possui 75 questões objetivas e foi aplicado on-line, com 534 estudantes, sendo 390 respondentes validados. Para análise dos dados coletados nesta etapa, utilizamos estatísticas descritivas, testes de significância de correlações, qui-quadrado e de correspondências. Posteriormente, também utilizamos a análise de componentes principais. Os resultados da primeira etapa do estudo destacam que, no período analisado e nas três áreas do conhecimento, houve subocupação das vagas nas categorias destinadas aos egressos da rede pública de ensino, autodeclarados pretos e pardos. Por outro lado, as categorias que não exigem autodeclaração racial apresentaram taxas de ocupação mais elevadas, tanto nas categorias de cotas quanto na categoria de ampla concorrência. Além disso, houve subocupação de vagas nas categorias destinadas a estudantes com deficiência. Embora em números relativos estes estudantes estejam ocupando poucas vagas, os resultados mostram uma tendência de aumento na ocupação das vagas nesta categoria. Os resultados também indicam que a Lei de Cotas influenciou positivamente a diversidade racial da universidade, uma vez que houve percentual de estudantes cotistas autodeclarados negros ligeiramente superior ao de autodeclarados brancos em todas as áreas do conhecimento. Além disso, em um cenário sem a Lei de Cotas, as simulações realizadas mostraram que estudantes cotistas autodeclarados pretos e pardos, nas mesmas condições socioeconômicas de estudantes cotistas brancos, teriam ingressado em menor número, mesmo quando realizamos agrupamentos nos dados considerando diferentes áreas de conhecimento. Os resultados da segunda etapa podem ser discutidos em quatros blocos: preparação, integração social, integração acadêmica e microagressões raciais. No primeiro, os resultados indicam que estudantes mais velhos se sentem menos preparados em relação à matemática do que seus pares; ainda, estudantes cotistas e não cotistas apresentam resultados similares em relação à sua preparação para cursar as disciplinas de matemática. No segundo bloco, os resultados indicam que estudantes mais velhos e estudantes do sexo masculino possuem scores totais mais elevados de integração social; além disso, estudantes autodeclarados brancos apresentaram scores totais mais elevados em relação a autodeclarados pretos e pardos. No terceiro, os resultados apontam que a participação em atividades extensionistas afeta positivamente a integração social dos estudantes. No último bloco, os resultados evidenciam que estudantes autodeclarados pretos apresentaram scores totais elevados relacionados a vivências com microagressões raciais no âmbito universitário. Estes estudantes, inclusive, estiveram mais engajados em atividades extraclasse, algo que a literatura aponta como importante para contrapor o racismo que vivenciam na universidade. Consideramos que os resultados deste estudo podem contribuir para o desenvolvimento de práticas e políticas públicas que possam favorecer o ingresso e a permanência de estudantes cotistas em cursos superiores da área de Exatas, principalmente aqueles autodeclarados pretos e pardos.", publisher = {Universidade Federal de Alfenas}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Educação}, note = {Instituto de Ciências Humanas e Letras} }